O desenvolvimento humano no futuro do trabalho com inteligência artificial exige novas competências.
Além disso, requer ética e adaptabilidade para lidar com mudanças constantes.
Por fim, depende de líderes preparados para integrar pessoas e tecnologia.
Do Saturno V ao RH: por que “ir à Lua” depende de gente
Em 16 de julho de 1969, o foguete Saturno V deixou o Centro Espacial Kennedy rumo ao impossível. E, diferentemente do que se costuma imaginar, aquele salto não foi obra de um gênio isolado, mas sim o resultado de pessoas alinhadas por um propósito comum.

Assim como naquela missão, o sucesso das organizações hoje depende da coerência entre propósito, valores e competências humanas. Nesse contexto, a Agenda RH 2026–2028 proposta pela Perfix oferece um modelo estruturado para construir o futuro do trabalho com base em três camadas complementares:
- Valores humanos como fundação;
- Capacidade de resolver problemas como camada integradora;
- Hybrid Skills no topo, onde humano e tecnologia se encontram.

Portanto, mais do que um plano de capacitação, trata-se de uma arquitetura de desenvolvimento humano que combina ética, inteligência e adaptabilidade para o ciclo 2026–2028.
Fundamento: valores humanos que se transformam em competências
A base da pirâmide é o ponto de sustentação de toda a Agenda RH 2026–2028.
Colaboração, ética, coragem e confiança sustentam as competências essenciais. Quando os valores são sólidos, formam a base de qualquer cultura organizacional.
Além disso, valores compartilhados reduzem atritos e fortalecem a confiança.
Por exemplo:
- Altruísmo → Colaboração: priorizar o sucesso coletivo;
- Integridade → Responsabilidade: tomar decisões baseadas em valores;
- Coragem → Inovação sob risco: agir mesmo em cenários de incerteza;
- Disciplina → Execução: buscar excelência operacional;
- Confiança → Influência: comunicar-se com clareza e segurança.
Além disso, essa tradução prática dos valores cria um ambiente ético e colaborativo, essencial para que transformações digitais e culturais aconteçam com solidez.
Em síntese, sem base humana, qualquer avanço tecnológico se torna efêmero.
Camada integradora: resolver problemas de forma multifatorial
O segundo nível da pirâmide trata de uma competência que atravessa todas as outras: a capacidade de resolver problemas.
Essa habilidade é cognitiva, emocional, comportamental e ética ao mesmo tempo.
Resolver bem significa:
- Usar a razão e a criatividade (cognição);
- Gerir emoções diante do erro (emoção);
- Agir com disciplina e resiliência (comportamento);
- Escolher o caminho certo, não apenas o mais rápido (ética).
Na era da complexidade, portanto, não basta saber, é preciso integrar saberes.
O foco passa do “quem sabe mais” para o “quem integra melhor”.
Aliás, essa mudança exige repensar programas de desenvolvimento e carreira. Modelos de Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) podem apoiar esse processo ao alinhar competências técnicas e comportamentais a metas organizacionais de longo prazo.
Contexto de disrupção: IA generativa e a aceleração do aprendizado humano
Historicamente, grandes marcos do conhecimento, escrita, imprensa, internet e inteligência artificial, sempre redefiniram a forma como aprendemos e criamos.

Entretanto, o intervalo entre essas revoluções vem diminuindo drasticamente. Já entre o surgimento da internet e o avanço da IA generativa, passaram-se apenas 27 anos.
Hoje, interagimos com dados e automações de maneira inédita. Até 2028, 15% das decisões corporativas poderão ser tomadas por agentes de IA.
Assim, a pergunta inevitável é: estamos preparando as pessoas para esse novo cenário?

A resposta é pragmática: a tecnologia deve expandir o humano, não substituí-lo.
Segundo especialistas do MIT Technology Review, o verdadeiro diferencial competitivo estará em quem conseguir integrar pensamento crítico e capacidade analítica com sensibilidade e ética.
Risco operacional: a armadilha da delegação cega à IA
Por outro lado, há um risco silencioso em curso: a dependência excessiva da tecnologia.
Estudos publicados na The Lancet e em pesquisas do MIT mostram que profissionais que utilizam IA sem preparo tendem a perder precisão cognitiva e vigilância situacional.
O padrão se repete: confiança cega, atenção reduzida e pior resposta a situações inesperadas.
Consequentemente, sem preparo, a IA empobrece o humano, com preparo, o amplia.
Portanto, é urgente que o RH promova uma virada pedagógica: formar pessoas capazes de pensar criticamente, e não apenas operar ferramentas inteligentes.
Hybrid Skills*: humano por essência, tecnológico por escolha

O ápice da pirâmide representa o novo talento híbrido, aquele que integra dados, lógica e IA com emoção, ética e propósito.
Essas Hybrid Skills tornam o profissional preparado para um mercado onde o valor está na combinação entre inteligência natural e artificial.
Entre as competências prioritárias para 2026–2028 estão:
- Pensamento crítico e analítico;
- Criatividade e resolução de problemas complexos;
- Inteligência emocional e adaptabilidade;
- Comunicação empática;
- Aprendizagem contínua;
- Liderança digital;
- Colaboração humano–IA;
- Ética e responsabilidade digital.
Em resumo, o lema dessa camada é: humano por essência, tecnológico por escolha.
*Conceito apresentado por Junior Borneli em seu livro “Domine as Hybrid Skills”, Editora Gente.
Compre o livro e domine as Hybrid Skills.
Governança e risco: o “Shadow IT” como nova realidade

À medida que cada colaborador se torna uma fábrica de soluções com IA, scripts e automações paralelas surgem em todos os níveis da organização.
Nesse cenário, o papel da TI deixa de ser o de “controlador” e passa a ser o de guardião da governança digital.
Portanto, é essencial criar políticas que definam:
- Padrões de segurança e privacidade;
- Auditoria de prompts e fluxos automatizados;
- Versionamento e reprodutibilidade.
Assim, o objetivo não é impedir a inovação, mas orientar o uso responsável da tecnologia, protegendo a organização de riscos operacionais.
Um futuro mais humano, mesmo com mais tecnologia
O desenvolvimento humano no futuro do trabalho com inteligência artificial não é apenas uma tendência, é uma necessidade estratégica.
Empresas que cultivam valores sólidos, estimulam o pensamento crítico e equilibram emoção com tecnologia constroem culturas mais resilientes e inovadoras.
Em última análise, a vantagem competitiva do futuro não será definida por quem tem a melhor ferramenta, mas por quem tem as pessoas mais preparadas para usá-la com sabedoria.
Desse modo, a Agenda RH 2026–2028 transforma propósito em desempenho, estruturando o desenvolvimento humano com sequência, foco e governança.
Transformar o futuro começa por desenvolver o que há de mais humano nas organizações: a capacidade de aprender, resolver e evoluir.
A Perfix Consultoria atua lado a lado com empresas que buscam alinhamento entre pessoas, cultura e resultados, construindo sistemas de gestão que sustentam o crescimento e a inovação.
Entre em contato conosco e descubra como fortalecer sua estrutura de talentos para o mundo que já começou.