Em 2022, termos como quiet quitting, quiet firing e the great resignation ganharam destaque na mídia por revelarem uma crise que não é nova, mas que ganha proporções cada vez maiores: a dificuldade de se encontrar um equilíbrio entre os objetivos corporativos e os objetivos pessoais de cada colaborador.
Por um lado, as empresas buscam novas formas de atrair e reter talentos, desenvolver lideranças e com isso ganhar competitividade. Por outro, profissionais de todas as idades e perfis buscam maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional, visando uma carreira com mais propósito e sentido.
E é a partir desse cenário que estão surgindo algumas tendências de RH que não podem ficar fora do seu radar. Confira quais são elas:
1. Trabalho híbrido
A pandemia de coronavírus obrigou praticamente todas as empresas a adotarem o modelo de trabalho remoto ou home office. Num primeiro momento, parecia algo impraticável ter todos os colaboradores trabalhando à distância.
Mas a verdade é que não só deu certo como muitas empresas seguiram com essa modalidade de trabalho após o arrefecimento da pandemia. E a maioria dos profissionais compreendeu como pode ser benéfico trabalhar em casa.
Tanto é, que uma pesquisa da Robert Half revelou que 51% dos trabalhadores preferem o trabalho híbrido e 33% deles sairia do emprego atual caso não pudesse desfrutar dessa modalidade de trabalho.
Nesse sentido, o trabalho híbrido é uma grande tendência para 2023 e pode ser um importante diferencial para sua empresa na hora de atrair e reter talentos.
2. Pessoas em primeiro lugar
Embora o discurso sobre gestão humanizada tenha se difundido muito nos últimos anos, a onda de layoffs vem demonstrando que as empresas pouco aplicam o que dizem a este respeito. Por esse motivo, outra tendência de RH que não pode ficar fora do seu radar é: as pessoas em primeiro lugar.
E o que isso significa? Rever suas políticas de gestão de pessoas e analisar se elas colocam os colaboradores no centro das decisões.
Também envolve refletir sobre seus processos de contratação e demissão, para descobrir se eles são de fato humanizados ou apenas obedecem a protocolos que desconsideram questões como saúde mental e emocional dos trabalhadores.
3. People Analytics
A análise de dados no RH também é uma tendência para 2023 e deve se intensificar muito nos próximos anos. O motivo é simples: quanto mais você conhece sua equipe, seus costumes, comportamentos e preferências, melhor é a sua gestão de pessoas.
Dentre as tendências de people analytics para 2023 estão a mensuração da produtividade das equipes, especialmente naquelas que trabalham de forma remota.
Outro ponto de destaque na análise de dados no RH é a contribuição da automatização de tarefas para o aumento da produtividade, assim como a construção de confiança e engajamento interno.
O people analytics contribuirá, ainda, para o desenvolvimento de planos de carreira mais consistentes e, claro, na identificação de lacunas de competências que podem ser preenchidas por meio de treinamentos específicos.
4. Experiência do colaborador
Na mesma linha das tendências anteriores, vem o investimento na experiência do colaborador, que nada mais é do que colocá-lo no centro das suas decisões e proporcionar uma experiência única de trabalho junto à sua empresa.
Esta é uma visão bastante arrojada para a maioria das organizações, que costumam se concentrar na experiência do cliente esquecendo que essa experiência deve começar com o time interno para extravasar para os públicos externos.
Do contrário, a empresa corre o risco de ver seu discurso dissonante com as suas ações, o que pode levar ao comprometimento da reputação e credibilidade no mercado.
Sabe aquela história de faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço? É bem por aí…
5. Lifelong learning
O aprendizado contínuo ou lifelong learning também está surgindo como uma grande tendência nas empresas. Especialmente porque boa parte dos gestores já compreendeu que a crise de talentos está atrelada à dificuldade de encontrar pessoas com habilidades específicas.
Dentro deste contexto, quanto mais as empresas incentivarem seus colaboradores a aprender continuamente, maior será a capacidade de preencher lacunas de conhecimento e construir um time moldado às necessidades do empreendimento.
Muitas organizações já possuem parcerias com plataformas de ensino EAD justamente para prover todos os membros da equipe com recursos e suporte de aprendizado contínuo. Ou seja, se a sua empresa ainda não aderiu a este modelo de desenvolvimento de pessoas, 2023 é o momento certo para fazê-lo.
6. Mobilidade interna
Médias e grandes empresas também podem ganhar mais competitividade e resultados ao promover a mobilidade interna, ou seja, deslocando funcionários de um setor para outro.
A pessoa que trabalha na recepção, por exemplo, pode vir a fazer parte do time administrativo, financeiro ou contábil da empresa com o devido treinamento. Uma pessoa que se destaca nas habilidades de liderança pode se desenvolver bem na gestão de pessoas.
O intuito é promover uma experiência de crescimento para a equipe e, ao mesmo tempo, reduzir custos com processos seletivos externos. Outro ponto positivo dessa tendência de RH é fortalecer a cultura organizacional mantendo profissionais que já estão bem adaptados a ela.
7. IA no recrutamento e seleção
Por fim, e não menos importante, o uso de inteligência artificial nos processos de recrutamento e seleção vem se consolidando como uma prática recomendada pelo mercado.
Isso porque a inteligência artificial é capaz de realizar processos seletivos mais imparciais, avaliando apenas as características desejadas pela empresa.
Com a inteligência artificial, é possível se afastar de estereótipos ou preconceitos e promover processos seletivos mais justos e igualitários, uma demanda não só do mercado como da sociedade como um todo.
Se você chegou até aqui e ainda está se perguntando “ok, mas como faço para não perder os talentos que já tenho?”, talvez se interesse por ler outro artigo: A verdade que ninguém nunca contou a você sobre perder talentos.
Mas, se você já sabe tudo sobre retenção de talentos, talvez queira saber porque a felicidade corporativa é a nova era: