Além dos altos gastos na área da saúde das organizações, causados principalmente pela má gestão dos planos oferecidos como benefícios, muitas empresas comentem erros cruciais em ações de prevenção e promoção a saúde.
Joseane Freitas, idealizadora e diretora de pesquisa & desenvolvimento da Perfix Consultoria Organizacional, empresa especializada em saúde corporativa, afirma que, na maioria das vezes, “as empresas criam programas de forma isolada que pouco resolvem o problema de fato”.
Dados de 2014 da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV) revelam que a maioria das empresas brasileiras afirma ter programas de incentivo à prática de esporte, mas 70% de seus empregados são sedentários.
Ou seja, de acordo com Joseane, é possível concluir que um dos erros primordiais das empresas é a falta de gestão na área. Para ela, antes de tudo, é necessário saber quem são os colaboradores da empresa e quais os indicadores necessitam de atenção. “A falta de indicadores e de uma metodologia na construção de uma boa gestão de saúde é um erro enorme, pois são com esses dados em mãos que o RH poderá agir antecipadamente para controlar custos por meio de ações preventivas.” Portanto, antes de criar inúmeros programas de promoção e/ou prevenção ou mesmo de realizar a troca de operadora do plano de saúde, o primeiro passo deve ser identificar quais indicadores a empresa precisa reduzir e começar um planejamento e plano de ação a partir desse ponto.
Outro erro citado por Joseane é o fato de muitas empresas se preocuparem e cuidarem apenas dos colaboradores incluídos em grupos de risco.
Pesquisas sobre qualidade de vida mostram que 10% da população saudável das organizações migram todo ano para o grupo de alto risco quando não é cuidada. “Os programas e cuidados desenvolvidos pelas empresas devem levar em consideração todos os colaboradores e não apenas grupos específicos. O ideal é mapear os perfis existentes na organização e criar as ações com base nesses dados”.
A prevenção é sempre a melhor forma de se trabalhar a fim de evitar problemas maiores tanto para as empresas quanto para seus colaboradores, mas de nada adianta a realização de ações genéricas que não levam em consideração as particularidades do próprio negócio e perfil de colaboradores, pois não haverá o alcance de resultados, avalia a consultora.
Joseane ressalta também que, quando a gestão da saúde é realizada de forma planejada, com eficácia e eficiência, a empresa obtém ótimos resultados. Colaboradores saudáveis garante uma produtividade maior e com mais qualidade, estando mais dispostos e motivados para executar suas atividades.
Matéria publicada na Revista Melhor – Gestão de Saúde e Portal Profissional & Negócios.