A Secretaria Estadual de Educação lançou o primeiro Plano Estadual de Educação Empreendedora para escolas do Ensino Fundamental, Médio e Técnica. A iniciativa tem o objetivo de inserir o ensino empreendedor e estimular os alunos por meio de projetos, feiras e metodologias.
O documento apresentado ontem (02/08), foi elaborado em parceria com representantes da Assembleia Legislativa de São Paulo, Sebrae-SP e Senac-SP. O estudo servirá como referência para a elaboração dos ensinamentos e cursos voltados ao empreendedorismo de maneira multidisciplinar, através de objetivos, metas e habilidades definidas até 2024.
Segundo a Secretaria de Educação, os professores aprenderão sobre empreendedorismo nas diretorias de ensino e na Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Professores (EFAP), para incorporar o assunto às aulas.
Apesar de ser uma iniciativa positiva e de o documento apontar metas, objetivos e habilidades, não explicita como essas ações se darão na prática. A especialista em desenvolvimento do potencial humano nas organizações, Joseane Freitas, considera ser necessário implementar o empreendedorismo de maneira atrativa. “Dentro dessa questão do novo plano, eu considero que um grande paradigma a ser quebrado é a relação de como os professores conduzem as suas aulas. Seria necessário aplicar uma dinâmica, como um jogo, criar experiências diferentes, com atividades curriculares práticas sobre isso e relacionadas à vida do aluno”, disse.
Ela também destaca que é preciso focar no comportamento para ensinar esse assunto. “A questão de empreendedorismo vem trabalhar uma série de comportamentos que um empreendedor teria, são esses comportamentos que podem ser inseridos nas disciplinas, como raciocínio lógico dentro de matemática, por exemplo. É muito importante essa mudança no ensino, trabalhando o técnico e o comportamental juntos”, explica.
Quanto à formação dos professores, a especialista acredita que é necessário ter um processo de capacitação eficiente para um alinhamento das informações. “Deve haver processos de reciclagem, ir para campo aplicar e, se necessário, voltar para um processo de capacitação que deve ser constante.” Ela defende ainda que as avaliações das metas, que serão feitas de dois em dois anos, serão em tempo suficiente inicialmente. “Deve-se deixar o docente trabalhar, pois há um ciclo do processo. Se o prazo é menor, não há tempo de implementar, já que precisa de um trabalho intenso sensibilização”, diz Joseane.
Matéria escrita por Beatriz Mourão, publicada no Jornal DCI.