Continuando nosso passeio, como no filme “de volta para o futuro” passamos dos anos 90 e entramos no século XXI. Reflexões surgiram e se fortaleceram impulsionadas por uma nova geração dominante no mercado de trabalho.
De repente, o “virar a chave” não fazia mais sentido, percebeu-se que o “eu profissional” e o “eu pessoal” eram indissociáveis … que a tentativa de ‘esquizofrenizar’ o trabalhador criando duas personalidades coexistentes na verdade reduzia o potencial concreto de entrega de resultados, pois o baixo engajamento deste tipo de abordagem faz com que as pessoas nunca operem no “melhor patamar” que lhes é possível.
O conceito de carreira já não é tão frígido e inflexível, não se trata somente de “subir, subir e subir”.
O compreensível foco na escolaridade e conhecimentos técnicos (vínhamos de um déficit de formação geral da população, com baixos índices de escolaridade), contribuindo para que o mercado valorizasse muito quem detinha melhores aptidões cognitivas, agora via uma guinada à direita, passando-se a buscar pessoas com “inteligências múltiplas”, em especial a emocional.
Chegou a era da “gestão por competências e carreira em Y”.
Percebe a grande transformação que isso representa ? 1) Quebra-se o conceito de carreira pela hierarquia; 2) Trabalha-se um ser humano com diversas inteligências; e 3) Quebra-se o muro que separava a vida particular da vida profissional.
Antes tínhamos uma pessoa que entrava na “firma” no horário normal de expediente, que se desconectava de família e assuntos pessoais e cujo objetivo era essencialmente estudar cada vez mais para subir junto às posições de comando e prestígio.
Agora temos uma pessoa que se conecta com outras, visando a realização de um trabalho em equipe para atingimento de um fim comum.
Agora trabalho e vida pessoal se misturam, fazem parte um do outro, interagindo, somando e ajustando. O “trabalho de hoje” reformulou os paradigmas da inteligência e da carreira.
O assunto “qualidade de vida” ganhou espaço e agora as pessoas não vivem para trabalhar, elas trabalham para viver.
Em nosso atual mercado de trabalho o processo de desenvolvimento também se tornou mais complexo, pois “treinar comportamentos” é mais desafiador do que “treinar conhecimentos”. Apostilas e leituras isoladas já não são mais suficientes, os programas de desenvolvimento humano precisam ser capazes de sensibilizar as pessoas e criar condições para que as mesmas desenvolvam habilidades e atitudes.
A visão de um ser humano único e integrado nos proporciona uma oportunidade de resgate de nossa verdadeira humanidade, em um processo quase que renascentista, onde o homem está novamente no centro das atenções e quer sua oportunidade de evoluir e prosperar. Para mais detalhes sobre esse tema consulte o artigo “O Fim do RH está decretado” (clique aqui para ler)
Na parte 03 (final) deste artigo abordaremos o “trabalho do amanhã”, o futuro dos nossos filhos, fique ligado!